homefestaquem somoscontatoflickrorkut
destaque
musica

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Oasis acerta por vias tortas

por Rudá Almeida

O primeiro álbum, Definitely Maybe, de 1994, e o seu sucessor, (What’s the Story) Morning Glory, de 1996, são considerados as obras-primas do Oasis. Para muitos, tudo se resume ao pensamento de que, desde então, o que os irmãos Gallagher vêm fazendo é tentar repetir o sucesso destes dois discos. Talvez o caso se aplique ao Be Here Now, o maior fracasso (assumido) do grupo. Mas se formos analisar os demais trabalhos do Oasis, mesmo que estes sejam evidentemente “menores” que os seus predecessores, a comparação não cabe pela grande (mas simples e verdadeira) desculpa de sempre: os tempos eram outros.

Com seu mais novo trabalho, o sétimo disco de estúdio, Dig Out Your Soul, o grupo inglês chega bem próximo de alcançar as glórias do passado, mas, surpreendentemente, por vias tortas. Explico: se tem um álbum que serve de comparação ao DOYS, tanto pela grandiloqüência quanto pelo pé no psicodelismo, esse álbum é justo o Be Here Now. Isso fica evidente já no primeiro minuto da música que abre o disco, a excelente Bag It Up. Com as duas seguintes, The Turning e Waiting for the Rapture - também dignas de excelência, formando o melhor início de discos do Oasis desde… - tudo fica tão evidente que dá medo de continuar com os fones no ouvido e ter que se decepcionar mais uma vez, e pelos mesmos motivos.

Felizmente isso não acontece. Os excessos e a ambição do álbum, dessa vez, não conseguem comprometer sua qualidade, por dois motivos, penso: 1) O amadurecimento da banda (estava na hora, né?), que aprendeu com o primeiro erro (Be Here Now) e tratou de corrigi-lo, produzindo a partir daí uma série de discos menos espalhafatosos, mais contidos e pans e chegando aqui com a moral, ou a cara de pau, de produzir algo grandioso novamente (Notem a total ausência de baladinhas pra tocar nas rádios e na segunda tacada perfeita de Noel em menos de três anos, Falling Down, que não faz feio nem ao lado de The Importance of Being Idle). 2) Sinal dos tempos. Ou todo mundo já esqueceu dos também excessivos e ambiciosos novos álbuns do Stephen Malkmus e do fenomenozinho Glasvegas?

Se o Don’t Believe the Truth apontava para a mudança gradual na qualidade dos trabalhos recentes do Oasis,  mesmo que discretamente e ainda cometendo erros aqui e acolá, o Dig Out Your Soul é o fim da bendita ou, ao menos, um ótimo presságio de algo maior que está por vir. Ele pode não levar o Oasis ao patamar de maior banda de rock da atualidade novamente, ou melhor, com certeza não levará. Mas pra quem já não acreditava numa retomada tão convincente, os irmãos Gallagher estão de parabéns. Ainda merecem respeito os encrenqueiros…

Nenhum comentário:

rodape
design por rafael bessa